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Camila Ferreira |
Camila Ferreira da Silva é uma daquelas unanimidades no Guri Santa Marcelina quando o assunto é canto. Pais, amigos, familiares, professores, orientadores, todos vêem na jovem grandes qualidades, vontade de colaborar, boa técnica etc. Sua professora de canto e coral no polo CEU Cidade Dutra, na Zona Sull de São Paulo, Desirée Brueckheimer Neiva, explica o motivo de tantos elogios: “Camila tem habilidade em aprender e executar o que pedimos e uma voz muito bonita, um timbre doce. Tecnicamente já progrediu bastante, é estudiosa e dedicada.” Sua aptidão parece vir de berço. Ou quase. Isso porque desde os três anos, segundo sua mãe Nair Aparecida Ferreira da Silva, Camila participa de grupos de coro. Na igreja que a família frequenta, rapidamente integrou o coral de crianças que “fazia cantatas de natal, do dia das mães, de páscoa” conta. Aos seis anos, o pai, Flávio Ferreira da Silva, um cantor amador, pôs a filha e a irmã mais nova, Karine Ferreira da Silva, numa escola de canto. O estudo não seguiu em frente por conta do peso das mensalidades na renda familiar. Mas isso não foi problema. Em seguida, Flávio criou um grupo a cappella com as filhas e passou a se apresentar em festas e na igreja. O grupo está atualmente maior e com instrumentistas. A grande sorte, segundo Camila, aconteceu quando o Guri Santa Marcelina criou seu primeiro polo piloto no CEU Cidade Dutra no início de 2008. Camila, Karine e a amiga Grazieli estavam entre as primeiras a se inscreverem no curso de canto. “Minha prima que estuda no CEU avisou que ali teria aulas de música. Meu pai estava interessado em aprender mais sobre canto, e quando soube que era o Guri, ele falou ‘tentem vocês meninas’”. No polo, o encontro com a música se deu em sua totalidade: “Nunca tinha tido contato com a teoria, foi uma novidade. Aprendi que o corpo todo está envolvido com o canto. O diafragma, a respiração, o arco zigomático tem que estar alto, o palato alto, a laringe baixa”, teoriza. Desirré que a acompanha desde o início do ano vê uma grande capacidade de aprendizagem. “Cada uma tem um processo, algumas entendem com rapidez, outras lentamente. No caso dela, essa dinâmica de entender rápido é boa porque acelera o desenvolvimento vocal e artístico”. Como se não bastasse toda a aptidão para a música, Camila também é uma grande colaboradora das atividades no polo, como lembra a monitora Marcela Miranda “Camila dificilmente falta. Ela é bastante responsável, é mediadora dos alunos que vão aos ensaios dos Grupos infanto-juvenis aos sábados, combina de se encontrar”, comenta. Camila se sente muito à vontade para falar do convívio com amigos e profissionais no polo. “Com o tempo fomos formando uma família. Mas o que eu mais gosto é quando a galera toda está na aula de coral, porque um ajuda o outro”. Esse espírito integrador está bastante presente quando o assunto é cantar. Rodolfo Jonasson, regente assistente do Coral Guri Santa Marcelina, um dos grupos infanto-juvenis que reúne alunos de todos os polos, conta que ela é muito prestativa e ajuda na organização do coral informando “quais são os problemas no naipe em que atua. Ela entende muito bem como funciona um coral”, exemplifica. Desirée vai mais longe: “assim como percebo a habilidade de executar sozinha, também percebo em grupo. Camila consegue com muita facilidade equalizar o timbre do grupo em que está cantando. Se precisar de um timbre mais escuro, ela consegue fazer, se for mais claro, também”.
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Karine, Graziele e Camila |
O Coral virou para ela um passo na busca por um caminho profissional, e gosta do apoio que recebe dos orientadores: “Um dia o Rodolfo falou ‘Camila, vai ter um solo e eu quero que você faça’. Ele reconhece o trabalho da gente”, agradece. Camila faz o solo da música Minha Namorada de Vinícius de Moraes e conta que o momento mais importante que vivenciou foi em Campos do Jordão: “Eu cantei e quando parei e olhei para a Giuliana [Frozoni, regente do Coral], com o olho cheio d’água, pensei, caramba sou eu. Não consegui nem olhar para minha mãe porque queria chorar e, se olhasse, não conseguiria mais cantar”. Segundo Rodolfo a escolha de Camila para o solo foi uma coisa natural no grupo porque “ela tem uma familiaridade com o palco que os outros guris ainda não têm”.
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Karine,Thieme e Camila s |
Aos 19 anos, 2010 é o ano de despedida dela do Guri Santa Marcelina. “Sou uma veterana aqui”, brinca. Está se preparando para enfrentar o vestibular e continuar a vida musical a partir de uma faculdade. “Eu quero o canto, me espelho muito nos professores. Quero dar aula, participar de concertos, reger, ensinar”. A família está unida no desejo da filha: “Tanto o pai como eu damos muito apoio, ajudamos”, confessa a mãe. Rodolfo conta que ela já procurou o Guri e expôs seus anseios para com o futuro. “Apoiamos e orientamos bastante. É um caminho difícil a ser trilhado, mas isso não impede que tenha uma carreira bem sucedida, porque ela se esforça muito, sabe o que precisa”. Rodolfo complementa: “Camila com certeza vai se tornar um mezzo-soprano, mas ainda não dá para sabe que tipo. Uma coisa é certa, ela está muito ligada à área popular, que faz muito bem”. Desirée vê na pupila “uma grande promessa se continuar e se dedicar. Eu acho que ela tem que ter determinação e persistência. Porque talento já tem.” Parabéns, Camila, pelo caminho que você trilhou até aqui. Daqui para a frente todos do Guri Santa Marcelina torcerão por você. Fonte: Site Guri Santa Marcelina - visitem os trabalhos também no YOUTUBE. |